sábado, 13 de dezembro de 2008

El nombre del hombre muerto ya no se pode decirlo

Presidentes da Câmara e do Senado dizem que AI-5 foi página sombria da história


GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O fechamento do Congresso Nacional pelo AI-5 (ato institucional que endureceu a ditadura militar brasileira) é lembrado como algo "sombrio", até os dias de hoje, por deputados e senadores que defendem o regime democrático brasileiro. O presidente do Congresso, Garibaldi Alves (PMDB-RN), cita os 40 anos da edição do AI-5 como um fato histórico que deve ser relembrado para impedir que novos regimes autoritários se instalem no país.

"É uma página sombria que deve ser lembrada como uma lição para que nós não possamos ter, nem de longe, acontecimentos como aqueles que geraram tanta intranqüilidade e terminaram por criar um regime ditatorial que o país repele hoje. Ainda bem que a democracia está aí", afirmou.

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que o resgate da memória do AI-5 reforça as críticas ao fechamento do Congresso e ao cerceamento das liberdades individuais em todo país. "Não podemos admitir o Congresso brasileiro fechado. Cada um de nós deve se concentrar na sua função, em seu trabalho cotidiano permanente, de fazermos a construção de uma sociedade mais justa, livre, democrática", afirmou.

Para Chinaglia, o AI-5 foi uma "virada" dentro da própria ditadura militar, endurecendo os atos iniciados pelo regime quatro anos antes da sua decretação --no dia 13 de dezembro de 1968.

"O AI-5 foi considerado e foi, de fato, uma virada numa ditadura que se iniciou quatro anos antes e que agravou tudo aquilo que tinha de violência, de restrição às liberdades, de desrespeito aos direitos humanos, ao Poder Judiciário, ao Poder Legislativo. Houve a cassação de inúmeros deputados, senadores. Houve a prisão de homens e mulheres que simplesmente defendiam idéias", afirmou.


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 O AI 5 foi o grande divisor de águas que deu início à militância clandestina de milhares de opositores ao regime militar que dominou os anos de chumbo, infelizmente esquecidos e cuja história ainda não foi devidamente contada, relegados até pelo atual governo que tem muitos de seus expoentes egressos de movimentos nascidos naquela época.
Foi um momento único. As palavras cederam lugar às armas. Os que se opunham ao regime perceberam que era a hora de iniciar a resistência armada, forma legítima e heróica de combater a ditadura instalada e que mostrava as mais cruéis grarras.
Os que participaram da resistencia, quer pegando em armas, quer oferecendo o apoio necessário à propria existencia dos combatentes - nas grandes cidades ou nos campos - firmaram então um compromisso com a democracia que viamos a cada vez mais distante neste país.
Honra e glória aos combatentes, homens e mulheres chamados comumente de guerrilheiros, entre eles os desaparecidos, os exilados, todos os que tiveram a coragem de deixar a família e seus afazeres para formar aquele contigente que tentou de alguma forma  resistir aos caos que se avizinhava tudo pela realização de um ideal.
Honra e glória aos irmãos das cidades, aos camponeses, ao militares e operários, aos estudantes e intelectuais que responderam ao chamado de suas consiciencias e não se acovardaram diante dos sabres e dos  canhões, das torturas e da própria morte.
Honra e glória, enfim, a todos  aos herois que tombaram na luta pelos ideais da democracia então vilipendiados, muitos deles que sequer tiveram um funeral pois até hoje seus corpos não foram encontrados permanecendo esta história nos porões daquela ditadura.
Aos amigos ausentes - mortos ou desaparecidos - estejam onde estiverem, saibam que serão sempre lembrados.
"El nombre del hombre muerto ya no se pode decirlo" 
Um forte abraço aos que continuam na lida e sabem responder quando lhes é perguntado qual é o nome do homem morto.  
Porque o nome do homem morto não se pode dizer livremente antes que o dia amanheça!!!!!!


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