segunda-feira, 8 de novembro de 2010

MP PEDE PRISÃO DE DELEGADO DE PERUÍBE


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O Ministério Público (MP) do Estado de São Paulo pediu à Justiça a prisão preventiva do delegado responsável pela 305ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Peruíbe, Bruno Jacintho de Almeida Júnior, e da funcionária do órgão Cláudia Maria Gavazzi. O promotor Cássio Conserino, do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), justifica os pedidos de prisão por ter detectado uma “fraude no sistema informatizado do Departamento Estadual de Trânsito(Detran) de SãoPaulo”. Pelo que foi apurado pela Unidade de Inteligência Policial do Detran, pela Corregedoria da Polícia Civil e pelo MP, Cláudia fazia a transferência de multas de trânsito para seu nome e depois as excluía, “valendo-se da senha intransferível e pessoal do delegado Bruno”. O esquema beneficiaria motoristas de Praia Grande. Através da pesquisa de exclusão de pontuação, constatou-se que as pontuações de sete autos de infração foram excluídas quase que seguidamente no dia 4 de junho, nos seguintes horários: 10h54, 10h55, 10h55, 12h55, 12h55, 12h55 e 12h56. No dia 7 de junho, outras quatro exclusões foram feitas nos horários: 12h56, 12h56, 12h56 e 12h58. De posse de um mandado de busca e apreensão, o representante do Ministério Público obteve na casa do responsável pela Ciretran “documentos inequívocos que comprovam a sua indevida e quiçá criminosa evolução patrimonial”. Foram recolhidos documentos de compra de imóvel por parte do delegado e também de sua esposa. Ainda de acordo com o Gaeco, somente o delegado “no ano passado teve gastos superiores a R$ 200 mil. É claro que esses são apenas os gastos que conseguimos detectar, mas que já destoam significativamente de seu regular salário de policial”.

OUTRO LADO

A Tribuna tentou falar, no final da tarde e no início da noite de ontem, com o delegado e com a funcionária. Na delegacia, a informação passada era de que Bruno Jacintho de Almeida Júnior estava de folga. A Reportagem tentou localizar o delegado e Cláudia em suas casas, mas não obteve sucesso.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ERROS E NÁUFRAGOS

          O PSDB literalmente naufragou! Só não foi pior por que o desastre nacional foi compensado pelo relativo sucesso nos Estados. Dois Estados de grande importância e verdadeiras vitrines nacionais foram conquistados pelos tucanos. Outros de menor expressão econômica, mas com peso político considerável. Foram oito governadores eleitos, se não me falha a memória. E qual seria o peso dessa tropa de choque?

          Qual o poder de fogo dos governadores? Os ligados ao governo estarão em cômoda posição. Ao menos teoricamente não precisarão implorar verbas federais e inclusão nos programas desenvolvidos pela União. Também teoricamente, deverão ser favorecidos na distribuição das demais benesses de que dispõe o governo federal. Quanto aos governadores de oposição, será que terão mesmo vontade política de fazer oposição em detrimento de seus Estados.

          Fato recente, a construção do Rodoanel envolveu o governo de São Paulo e o governo federal numa disputa pela paternidade da obra. Ganhou o governo do Estado. Serra e Alckmin amealharam mais dividendos políticos com a obra. Mas, será que o governo federal não aprendeu a lição?

          Serra , segundo o próprio Serra, não perdeu. Apenas deixou de ganhar. E não disse adeus. Foi um até breve. Se o Aécio deixar, é claro. Mas, deveria admitir seus próprios erros – muito além de desastrosos conselhos e orientações de marqueteiros de campanha. Se nem Serra e nem o PSDB admitirem seus próprios erros, vão estar sujeitos a novos naufrágios, pelo menos nas eleições presidenciais.

         E quais seriam esses erros?

          O primeiro e mais importante deles é achar que todos que votam no PT o fazem por ignorância, por vingança ou por um prato de comida. Subestimam o adversário e menosprezam pessoas.

          A seguir, pagar mal o funcionalismo público. Façam as contas. Os funcionários, seus familiares, parentes e conhecidos. Todos são influenciados na hora do voto. Perdem milhões de votos com isso. Outras vez subestimam e menosprezam. Subestimam a capacidade de retaliação. Ou de reação. Ou pior. Acreditam que os funcionários são pessoas tacanhas que são facilmente compradas com promessas.

          Segue errando quem desconsidera e menospreza a capacidade de reação das pessoas envolvidas em mudanças. Ou em planejamentos mirabolantes que não passam de engodo ilusório para delongas.

          Alckmin deveria pensar nisso. Principalmente se deseja voos mais altos. Sua eleição em São Paulo mostrou que não se pode desprezar votos. Venham de onde vierem. E que cada vez menos se ilude o funcionalismo com promessas. Ainda bem.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

CARTA AO ZÉ SERRA E SEU VICE ÍNDIO


Caros Zé e Índio,
Sendo remota a possibilidade de nos encontrarmos quero cumprimentá-los através desta singela missiva, mal traçadas linhas que saem do fundo do coração. Nesta hora, lembro a velha máxima que diz ser o tempo o senhor da razão. Não sei muito bem o que significa isso e nem se se aplica a este caso em verve, mas achei bonita a citação. Desculpe-me se foi mal colocada, este escriba esforça-se mas nem sempre acerta. Todos os esforços empreendidos não serão esquecidos e com certeza voces contribuiram para o desenvolvimento deste país em que nascemos e a maioria de nós escolheu para viver, mesmo que alguns tenham preferido ausentar-se por uns tempos, mudar de ares, vislumbrar as neves das cordilheiras e voltar com família constituida depois que o pau comeu.
Caríssimo`Índio, homem simples,um vencedor na vida, alçado a candidato a vice-presidente, deixo aqui deste canto de despedida: baila, baila comigo, como se baila na tribo.Se Deus quiser, um dia eu quero ser índio, viver pelado pintado de verde num eterno domingo.
A você Zé, que se diz professor e economista, mas que na verdade tem como verdadeira profissão ser político, voce que tem mais vocação do que sangue nas veias, que sempre considerou o povo o seu verdadeiro patrão, tenha paciência. Com certeza esse povo que é seu patrão não inclui pessoas desqualificadas e mal agradecidas que não votam em voce. Saiba relevar e mantenha a calma. Existem muitos ingratos e outros, além de ingratos, plebe ignara que prefera o milho às perolas que voce distribui.
Não se esqueça que perder e ganhar faz parte do jogo político. Voce ganhou duas e perdeu uma. É apenas um detalhe que esta que voce perdeu seria a maior de sua vida, a sua realizaçã no exercício de um cargo para o qual se preparou toda a sua vida. Esta flagorosa derrota é apenas um movimento no jogo político e certamente será seguido por outro. Então aguarde o próximo. Mesmo quase septuagenário, voce carrega o vigor da juventude. Quatro anos passam rápido. Um instante e 2014 estará batendo às nossas portas, acenando para mais uma eleição presidencial. Se bem que como voce já perdeu duas vezes é capaz que não queiram mais voce, mas isso também faz parte do jogo político. Aécio e Alckimin poderão estar como pedras em seu caminho. Caberá a voce remover essas pedras com essa destreza que lhe é peculiar e tão bem exercita.
Há pessoas mesquinhas que acreditam que um pequeno insucesso numa eleição torna um candidato derrotado para sempre. Nessa e em outras empreitadas. Eu acho que elas tem toda razão. Voce já era. É carta fora do baralho. Mas, se quiser, não acredite nisso. Finja que uma eleição é apenas uma batalha. Ganha-se umas, perde-se outras e assim vai-se levando essa vida de político. Não pense na palavra derrota. Não existem derrotas. Existem insucessos momentâneos. mesmo que seja um insucesso que pode acabar com sua trajetória política.

Não é hora não é de se arranjar culpados para o insucesso. Mas se existissem culpados, deveriam arder no fogo do inferno ou devolver o dinheiro que voce gastou. Lembre-se sempre. Voce não foi derrotado. Apenas perdeu uma eleição. Era a eleição mais importante da sua vida, mas isso é detalhe. Mas, talvez estejam esquecendo os méritos do adversário, das estratégias erradas que voce traçou, das táticas corretas e fulminantes que o adversário usou. Veja deste prisma: se voce era o melhor candidato e não foi eleito, o grande derrotado foi o povo e não voce. Esse pensamento vem de encontro ao seu egocentismo arrogante e falacioso e cai-lhe bem. Como uma luva.

Mas o que eu queria dizer mesmo é que estou muito contente e realizado de voces terem se ferrado. Voces perderam apesar de todos as artimanhas urdidas em conluio com os verddeiros detentores do poder: as elites dominantes que queriam a todo custo a sua vitória. Jogaram sujo de todas as maneiras, valeram-se de todos os artifícios conclamando até ingerências internacionais em nossos assuntos caseiros. Bateram pesado e sujo. Mas nada adiantou. Voces perderam e eu fiquei contente.
Esperei horas para assistir ao seu discurso de entregar os pontos, admitir a derrota. Mas nem assim voce foi verdadeiro. Voce perdeu e e achou que não foi por que o povo não o quis? Voce perdeu por que o povo, na verdade, sabendo quem é voce quis o seu adversário.
O povo quis Dilma, presidente do Brasil.
Vai para casa. deite e chore na cama que é lugar quente. Pague um sapinho para a dona Mõnica. Com certeza ela tem parcela de culpa nessa sua derrota acachapante. Mas ela teve boa intenção só quis ajudar. Talvez se ela perdesse o sotaque cairia melhor. Voce fez bem em escondê-la durante a campanha. Uma primeira dama com sotaque poderia não ser bem aceita pelos eleitores mais exigentes e nacionalistas exaltados. Reflita sobre sua arrogância. Veja onde estavam concentrados os votos que voce perdeu. Quem sabe tire algumas lições disso.
Termino aqui deixando uma abraço. E reiterando que foi muito bom ter visto a sua derrota e a sua cara de nádegas ao tentar explicar por que não ganhou. Por que voce, na sua infinita arrogância jamais perde. Apenas deixa de ganhar.