domingo, 31 de maio de 2009

Projeto de Lei sobre crimes na internet provoca polêmica

O PL de Eduardo Azeredo cria treze novos crimes na internet, com penas que variam de um a três anos.(1'35'' / 373 Kb) - O Projeto de Lei (PL) sobre crimes na internet, elaborado pelo deputado Eduardo Azeredo (PSDB), foi apelidado pelos críticos de AI-5 digital. Relembrando o decreto do regime militar, que agravou a censura imposta aos meios de comunicação no Brasil, entidades organizaram um ato público contra a lei. Políticos, músicos e organizações protestam nesta quinta-feira (14), na cidade de São Paulo (SP).

O deputado Simão Pedro (PT) acredita que o PL traz medidas que criminalizam ações comuns dos internautas.

“Ele pretende instituir controle dos usuários, por exemplo, obrigatoriedade do cadastro de todas as pessoas que assinarem contrato para uso da rede mundial, os provedores que terão que arquivar por anos os acessos e conteúdos dos internautas, inclusive salas de bate-papo. É um rigor, um controle excessivo, que tem por trás interesses privados fortíssimos.”

Sobre tais interesses, o deputado ainda faz uma relação entre os setores privados com o poder público.

“Por que o deputado Azeredo está fazendo esse projeto de lei com tanto empenho? Ele é conhecido pelas ligações com setores privados banqueiros, é uma necessidade desses setores de controlar provedores.”

O PL de Eduardo Azeredo cria treze novos crimes na internet, com penas que variam de um a três anos.

De São Paulo, da Radioagência NP, Ana Maria Amorim.

14/05/09




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sábado, 30 de maio de 2009

Listinha para aparecer no Google


buscas
voo
AF 447
Air France
228 pessoas
desaparecimento
vítimas
radares
oceano atlântico


Aumenta o gasto com os políticos no Brasil


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Nos cinco primeiros meses deste ano, o STF recebeu mais dinheiro do que toda a gestão anterior.Clique aqui para ouvir(1'13'' / 288 Kb) - As despesas arcadas pelo cofre público para passagens do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, foram de aproximadamente R$ 115 mil. Esse número significa que, em 13 meses de gestão, Gilmar Mendes gastou quase quatro vezes mais que a sua antecessora Ellen Gracie, que comandou o STF por dois anos. Nos cinco primeiros meses deste ano, o STF recebeu mais dinheiro do que toda a gestão anterior.

Em cinco meses, Gilmar Mendes recebeu 30 diárias internacionais, referentes a viagens feitas à França, Espanha, México, Egito e África do Sul. Essas despesas representaram um gasto de R$ 30 mil reais neste ano. A gestão anterior realizou apenas uma viagem internacional ao Paraguai, em seu primeiro ano de mandato. Mendes tem ainda 11 meses de presidência.

Já o presidente do Senado Federal, José Sarney, reconheceu, nesta quinta-feira (28), que recebia um auxílio moradia de quase R$ 4 mil reais mensais. Ao ser questionado sobre o auxílio, Sarney declarou que não sabia que o valor estava sendo depositado em sua conta e garantiu a devolução do dinheiro. Outros três senadores recebiam o auxílio, mesmo morando em apartamentos funcionais do Senado.

De São Paulo, da Radioagência NP, Ana Maria Amorim.

28/05/09


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sexta-feira, 29 de maio de 2009

Ladrão devolve motocicleta furtada na residência do dono






Horas depois de ter sua motocicleta furtada, o frentista G.B.S., 44 anos teve a agradável surpresa de recuperar o veículo, no fim da noite de anteontem. Mas o modo como a Honda CBX 200 Strada ano 96, roxa (BSJ-9916/Limeira) voltou para suas mãos foge do convencional, pois foi "devolvida" pelos ladrões.

A situação inusitada ocorreu às 21h45, quando G. estava em sua residência, na Rua José Fagundes, 137, Jardim Planalto. Ainda contrariado com o furto do veículo, que ocorreu à tarde após ter sido deixado próximo a um supermercado da Avenida Laranjeiras, ele ouviu alguém acionar a bem familiar buzina da moto.

Ao abrir a porta, ele demorou a acreditar que estava diante da sua CG furtada. Ficou igualmente impressionado ao não ver ninguém nas proximidades. Após questionar vizinhos, descobriu que ninguém havia visualizado qualquer pessoa deixando a moto ali. Como estava com queixa de furto, foi ao plantão para desbloquea-la.

Após o registro do BO de "localização e devolução de veículo", por parte do delegado Luís Marcelo de Castro Roston, ele pôde voltar para casa, pois a documentação estava em ordem. O frentista, que disse não descuidar mais do veículo, não tem idéia do que ocorreu para que a foto furtada fosse devolvida, em sua casa.


- Coluna Notícias Policiais com Assis Cavalcante - Gazeta de Limeira - www.gazetadelimeira.com.br

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Fotos que não deveriam estar na web (3)






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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Estragando a foto alheia 3





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terça-feira, 26 de maio de 2009

Chefe da Máfia italiana é preso em SP


Extraído de: A TARDE On Line -  23 de Maio de 2009

O chefe mafioso Leonardo Badalamenti, de 49 anos, foi preso anteontem pela Interpol no bairro da Bela Vista, região central de São Paulo. Filho de Gaetano Badalamenti, o poderoso Dom Tano, do clã de Cinisi, na Sicília, Leonardo estava escondido no Brasil há 15 anos. Usava a identidade de Carlos Massetti, se dizia brasileiro e comerciante, mas controlava o esquema montado pela Máfia para tentar aplicar um golpe bilionário no mercado financeiro internacional.

Badalamenti foi um dos 20 alvos da Operação Cento Passi (cem passos, em português), deflagrada pela polícia italiana e pela Interpol para apurar crimes de corrupção e fraude financeira e para desmantelar a organização mafiosa com ramificações na Itália, Espanha, EUA, Venezuela e Brasil. A Justiça determinou sequestro de bens e contas bancárias dos envolvidos.

A informação de que Leonardo estava escondido em São Paulo chegou ao escritório da Interpol em Brasília há uma semana. Com as primeiras pistas repassadas pela Procuradoria Antimáfia de Palermo, capital da região da Sicília, na Itália, agentes brasileiros passaram a investigar a vida do mafioso. Enquanto isso, a Secretaria Nacional de Justiça montou o processo e encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido de extradição do mafioso. A ordem de prisão foi expedida na quarta-feira pelo ministro Ricardo Lewandowski. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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Porca la miseria...

avremo un altro Battisti qui?

Cazzo!

Noi veniamo da qui dietro e andiamo.....

Vamos comere macarroni com porpetas.....

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Justiça concede prisão domiciliar a sócio fundador da Gol.


Nenê Constantino é acusado de ordenar assassinato de duas pessoas.
Desembargadora levou em conta 'estado de saúde' do empresário.

Do G1, em Brasília


Ampliar FotoFoto: José Cruz/Agência Brasil

Nenê Constantino de Oliveira, em março de 2007 (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) concedeu na noite desta sexta-feira (22) prisão domiciliar ao empresário Nenê Constantino, sócio fundador da Gol Linhas Aéreas.

 

A desembargadora Sandra de Santis disse, na decisão, que, "em face do precário estado de saúde do paciente", caso seja preso Constantino deve ficar detido em casa. Ela lembrou o fato de que o empresário tem 78 anos e está "sob cuidados médicos."

 

O empresário está foragido. Em nota, um dos advogados da defesa do empresário informou que ele se apresentaria à Justiça após a conclusão de um tratamento de saúde, em local não revelado.

 

Nenê é acusado de ordenar o assassinato de duas pessoas que invadiram terras de sua propriedade em Taguatinga (cidade-satélite a 25 km de Brasília). Ele nega as acusações.

Suborno

O promotor de Justiça de Taguatinga, Bernardo de Urbano Resende, afirmou nesta sexta que a prisão preventiva de Constantino foi pedida porque ele estaria subornando testemunhas dos processos nos quais é acusado de assassinatos.

 

Entre as provas, segundo o promotor, estão interceptações telefônicas realizadas no final do ano passado. Ele não revelou o teor das conversas. A interceptação está sob segredo de Justiça.

 

De acordo com o promotor, uma testemunha teria sido “comprada” pelo empresário para imputar as duas mortes pelas quais é acusado a um ex-funcionário, José Amorim dos Reis, conhecido como Padim, já falecido.

 

A testemunha, esposa de Padim, teria ganho uma casa do empresário no início do ano. Um filho dela teria recebido oferta de emprego de emissários de Constantino.

 

“Estava havendo algum suborno de testemunhas. As pessoas envolvidas dificultavam a investigação. O que motivou o pedido de prisão é que algumas pessoas foram apresentadas para indicar outra pessoa como responsável pelos crimes”, afirmou o promotor.

 


G1 tentou contato com o advogado para comentar as acusações. Nas três tentativas, o telefone estava desligado. A reportagem deixou recados na caixa postal, mas até o momento não foi contatada.

Segundo Resende, a esposa de Padim, em vários depoimentos, indicou o marido como autor dos crimes para tentar isentar o empresário. No início do ano, no entanto, ela reconheceu a mentira, de acordo com o promotor.

 

Além dela, outras testemunhas que eram funcionárias das empresas de transporte de Constantino, inclusive da Gol, indicaram Padim como o autor dos crimes. De acordo com o promotor, no entanto, outra testemunha garantiu que Padim estava em casa no momento dos assassinatos.

Assassinatos

Padim foi o primeiro morador do terreno em Taguatinga que deu origem aos crimes. Ele tinha autorização de Constantino para residir no local, mas repassou lotes dentro do terreno a outras famílias. O empresário entrou em uma batalha judicial para reaver a posse da terra, mas, segundo o Ministério Público, partiu para outras ações. 

De acordo com Resende, o empresário ordenou dois incêndios na tentativa de retirar as famílias do local. Sem sucesso, ele teria ordenado os dois assassinatos, um em fevereiro de 2001 e o outro em outubro do mesmo ano. Segundo o procurador, foram identificados os dois pistoleiros que teriam realizado os crimes a mando do empresário, mas ambos já estão mortos.

 

Nenê Constantino foi indiciado pela polícia pela primeira vez no dia 10 de dezembro do ano passado. No dia 30 de dezembro de 2008, ele foi indiciado novamente, suspeito de também ter sido o mandante do segundo assassinato. 

 

Na época em que foi indiciado, a defesa do empresário informou ao G1 que ele repudiava de “forma veemente”, as acusações, classificadas de “injustas e inverídicas”. 

“O sr. Constantino de Oliveira, empresário de 78 anos de idade, jamais respondeu a processo criminal e, confiante da Justiça, no momento próprio, produzirá sua defesa, com a firme e inabalável convicção de que, ao final, restará comprovada sua inocência”, dizia a nota divulgada pela defesa. 



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Grande novidade...

Será que alguém acreditou que ele iria para a cadeia???????

Nem eu ..........


domingo, 24 de maio de 2009

LOBBY DE ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA


Autor: Jorge Antonio Barros em 28/03/2009
Polícia

Jornalista de O GLOBO analisa a nova investida do ministro Gilmar Mendes contra a Polícia Federal 

     Em sua obsessiva luta contra o que considera um estado policial no Brasil, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, defendeu semana passada no Rio que a Polícia Federal seja controlada pelo Poder Judiciário, esquecendo que esse trabalho já é feito pelo Ministério Público Federal.

     Acho estranho que o STF esteja cada vez mais preocupado em controlar as ações da polícia, justamente quando ela consegue provas que ajudam a condenar pessoas influentes, como empresários, juízes e políticos, que montam esquemas para, entre outros crimes, assaltar os cofres públicos.

     Essa defesa incondicional do estado democrático de direito, propalada por Gilmar Mendes, no qual as polícias devem agir sob o controle da Justiça e da lei, é muito positiva, sem dúvida. Mas não pode servir em hipótese alguma para favorecer criminosos de colarinho branco e políticos corruptos - que têm sido caçados com vigor por várias operações da Polícia Federal, mais intensamente nos últimos quatro anos. Nesse período a Polícia Federal cresceu em estatura, fazendo o que não conseguiu fazer nos anos de chumbo. Naquele período, inclusive, havia poucos magistrados preocupados com o estado democrático de direito. Com honrosas exceções, o Judiciário também se curvou à ditadura militar, que não estava nem aí para estado democrático de direito.

     A obsessão de Mendes contra um estado policialesco pode estar também na origem de medidas polêmicas anunciadas pelo STF, como libertar presos até que sejam julgados.

     Mas cá entre nós desconfio mesmo que o que está por trás dessa onda antipolícia seja o lobby diligente de uma das categorias beneficiadas pelo negócio do crime no Brasil - os advogados criminalistas. Fazendo uma rápida pesquisa no Anuário "Análise Advocacia - Os mais admirados", de 2008, verifiquei que entre os dez maiores escritórios de advocacia, sete trabalham com direito penal, assim como 175 das 675 maiores bancas de advogados do país. Obviamente que não se pode generalizar até porque o réu, sem dúvida, deve ter amplo direito de defesa.

     Mas a Justiça não pode ficar numa posição passiva e muito menos se render às artimanhas de advogados de criminosos já condenados, alguns deles bandidos notórios, de quem acabam virando pombo correio e até sócios.

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sábado, 23 de maio de 2009

STJ rejeita recurso e mantém suspensa nomeação da filha de FHC na Presidência


Extraído de: Folha Online -  19 de Maio de 2009

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) manteve a suspensão da nomeação de Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para o cargo em comissão na Presidência da República. A decisão, unânime, foi da Segunda Turma da Corte, que rejeitou o recurso apresentado pela filha de FHC contra a decisão do TRF-1 (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, que suspendeu a nomeação.

Luciana foi contratada em 1995 pelo então secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge, para o cargo de secretária-geral-adjunta. Na ocasião, petistas entraram com uma ação popular contra a nomeação da filha de FHC.

Uma liminar suspendeu os efeitos da nomeação, decisão que foi mantida pelo TRF-1. Para o tribunal, a nomeação contraria o princípio da moralidade administrativa.

Ao recorrer ao STJ, Luciana alegou que o ato de nomeação foi legal pois foi feito por autoridade competente e não havia vínculo de parentesco. Também argumentou que não havia subordinação direta ao presidente e que a ação popular tinha cunho de perseguição política.

Em sua decisão, a ministra-relatora Eliana Calmon ressaltou que o TRF-1 analisou a questão do ponto de vista estritamente constitucional, por isso o mérito do recurso não poderia ser analisado pelo STJ.

"Já que agride abertamente a moralidade o presidente da República nomear sua própria filha secretária-geral, busca-se disfarçadamente, nomeá-la de forma oblíqua sob o manto da condição de secretária-adjunta", disse a ministra na decisão.


Autor: da Folha Online

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Associação entra com ação contra declaração de bens de magistrados


Extraído de: OAB - Rio de Janeiro -  19 de Maio de 2009

A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (Anamages) ingressou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a Lei 5.388/2009, da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que obriga magistrados a apresentar declaração de bens e renda.

Pela lei, para exercer cargos, empregos e funções nos Poderes Legislativo, Executivo, Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, no Estado do Rio de Janeiro, é obrigatória a apresentação da declaração de bens e rendas na ocasião da posse.

Para a Anamages, a lei deve ser considerada inconstitucional porque somente o STF pode propor lei complementar sobre o Estatuto da Magistratura. A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro não é competente para votar matérias que dizem respeito aos interesses dos magistrados, afirma.

A entidade argumenta que a lei afronta o artigo 93 da Constituição, que confere essa competência ao STF. Argumenta também que viola o artigo 5º, relativo à previsão de inviolabilidade do sigilo dos dados da pessoa. E pede que a decisão seja dada em caráter liminar, para suspender a lei até o julgamento do caso.


Autor: Do Jornal do Commercio


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Éco... Como dizia meu avô, que usa..... cuida !



quinta-feira, 21 de maio de 2009

Entrevista com o frei que celebrou a missa de 30 anos da morte do delegado Fleury

08/05/2009

Lúcia Rodrigues e Tatiana Merlino,

Da Revista Caros Amigos



Lúcia Rodrigues - O senhor considera o Fleury um herói nacional?

Frei Yves Terral - Eu não considero, não. Não vem ao caso isso. Eu sou ministro da eucaristia. Na minha mesa todo mundo, até a direita, pode participar. E o Fleury era um desses casos. Não há o que impeça ele de poder participar de uma eucaristia. Eu estava em Mato Grosso, na época do Fleury.


Tatiana Merlino - O senhor conheceu o delegado Fleury?

 Frei Ives Terral - Não, não. Eu estava na faixa de fronteira. Não conheci nem pelos jornais. Os jornais nem chegavam lá. Quando chegavam, era com atraso e era sinal de que não tinha notícia importante no Brasil. Porque quando tinha notícia importante não sobrava para nós. Agora eu acho bonito que celebrem a memória. Herói é uma palavra carregada de poder.


Lúcia Rodrigues - É porque na coroa de flores que estava perto do altar [coroa em formato da bandeira do Brasil, com a foto de Fleury ao centro, em que se lia em uma tarja: herói nacional]...

Frei Yves Terral - Sim, no altar. Era do pessoal que veio. Era dos parentes, da família. Era, seguramente, muito bonita a coroa.


Lúcia Rodrigues - E por que eles escolheram esta paróquia para realizar a missa?

 Frei Yves Terral - Diante de muitas possibilidades... Não acho nada de mais.


Tatiana Merlino - Achei que a família frequentasse a paróquia.

 Frei Yves Terral - Se frequenta...


Lúcia Rodrigues - O senhor não conhece?

Frei Yves Terral - Não conheço. Eu tenho amigos. Fui chamado para pôr uma imagem de nossa senhora, faz muito tempo, na Polícia Militar, no comando. Encontrei uma turma de jovens oficiais, com formação francesa, cheios de ideal, que realmente me trouxeram admiração.  Admiração abre caminho para amizade. Então, eu tenho alguns amigos militares. Talvez entre eles tenham falado: lá tem o frei Yves para rezar por nós. Se amanhã vier a família do Meneguelli [provavelmente se refere a Carlos Marighella] pedir para rezar uma missa aqui, eu vou rezar e vou fazer o que Jesus faz. Se colocar compassivo, do ponto de vista daquela pessoa, daquela família, daqueles amigos.


Tatiana Merlino - Durante a celebração, o senhor disse que o Fleury tinha um ideal.

Frei Yves Terral - Tenho certeza. Sem o conhecer, eu tenho quase absoluta certeza. Todos os oficiais têm um ideal. Pela profissão, tem sempre um risco de vida maior. No início de sua profissão, da vocação, há um ideal. Depois, algumas vezes, diante da realidade, pode ter coisas belíssimas e coisas que alguns podem discordar. Mas Deus não criou gente ruim.


Lúcia Rodrigues - O senhor acha que ele é uma figura polêmica?

Frei Yves Terral - Está na história. Está na história. Só que é uma história que não é contada, por enquanto. O outro lado foi muito bem contado. Porque estão no poder. São sempre os vencedores que contam a história.


Lúcia Rodrigues - Quem são os vencedores?

Frei Yves Terral - Os vencedores que estão no governo atualmente. No PT. Essa história daquele lado está sendo contada. O outro não está e Deus queira que não seja contada tão cedo.


Tatiana Merlino - Deus queira que não seja contada, por quê?

Frei Yves Terral - Porque não está na hora de recomeçar o que foi feito, me parece. Porque estamos numa democracia. Que tem que ser corrigida. Vocês da imprensa sabem muito bem. Vocês embaralham até o Lula.


Lúcia Rodrigues - O Fleury não era um torturador? O senhor rezou durante a missa em nome do Fleury e não pelo Fleury. Eu não sou católica, mas em geral se reza pela alma da pessoa e não em nome da pessoa.

Frei Yves Terral - Não podem me culpar por ter rezado pelo Fleury.


Lúcia Rodrigues - O senhor rezou em nome do Fleury.

Frei Yves - Eu pedi para que a turma que estava meio fria, se manifestasse. Foi uma forma de fazê-los participar. A turma que estava lá, era um pessoal mais reservado. Não era nenhum carnaval, nenhuma vitória do Corinthians. Então, era uma forma deles participarem, era emprestar palavras ao Fleury. Para se manifestarem um pouco. Uma missa não pode ser só o presidente.


Lúcia Rodrigues - O senhor acha que isso ajudou a celebração?

Frei Yves Terral - Ajudou eles a participarem. Senão, não teriam participado. Alguns não teriam participado de nada.


Lúcia Rodrigues - Por quê?

Frei Yves Terral - Não sei. Porque não estão acostumados a participar de uma missa. Por diversos motivos. Tem gente que vai numa missa de sétimo-dia e não fala nada, só segura lágrimas. No Brasil, há tantos tipos de culturas. Graças a Deus. Tem de se conviver. Pode-se rezar uma missa para defuntos de um jeito ou de outro.


Lúcia Rodrigues - Eu entendo a posição do senhor. O senhor é padre e reza por bandidos. O Fleury era um torturador, que assassinou várias pessoas. E o senhor ainda reza em nome dele?

Frei Yves - Espera aí, Espera aí. Eu vivi em Mato Grosso. E tinham umas pessoas que a igreja não mandava abençoar quando morriam. Todas morreram de morte violenta. Eu abençoei todos aqueles que me foram apresentados. Você estava lá?


Lúcia Rodrigues - Onde?

Frei Yves - Quando ele morreu?


Lúcia Rodrigues - Não. Eu era criança.

Frei Yves - Mas Deus estava. Não podemos saber o que aconteceu. Não podemos fazer mau juízo do próximo. Agora, posição política eu não tenho. Eu não sou nem brasileiro.


Tatiana Merlino - O senhor disse que ele tinha um ideal.

Frei Yves - Tinha um ideal.


Tatiana Merlino - Torturando os opositores?

Frei Yves - Isso não foi quando ele era jovem. Foi depois. Deus o criou bom.


Lúcia Rodrigues - Mas dentro de uma igreja, ter uma bandeira nacional com a foto dele, escrito herói nacional... Um torturador não é um herói.

Frei Yves - O mandamento é honrar pai e mãe. É isso que quer dizer a bandeira brasileira. Foi uma honra.


Lúcia Rodrigues - Há quanto tempo o senhor está no Brasil?

Frei Yves - 43 anos.


Tatiana Merlino - E em São Paulo?

Frei Yves - Há 30.


Lúcia Rodrigues - Então o senhor estava aqui quando o Fleury morreu.

Frei Yves - Pode até ser. Mas como teve essa mudança de Mato Grosso para cá, naquela época... Não posso dizer se ele morreu quando eu estava em Mato Grosso ou aqui.


Tatiana Merlino - É claro que para a igreja todos são filhos de Deus. Mas o senhor celebrou a missa com uma simpatia muito especial pelo delegado Fleury.

Frei Yves - O meu Deus é compassivo. O meu Deus é compassivo. Ele se põe do ponto de vista da pessoa. A senhora procure se por do ponto de vista de Jesus.


Tatiana Merlino - O senhor sabia que o delegado Fleury era um torturador?

Frei Yves - Eu sabia que era um homem político, que contestava. Que teve uma história não apenas de um simples delegado, mas de uma dimensão política mais forte.


Tatiana Merlino - Que era um torturador?

Frei Yves - Sei lá se era torturador.


Lúcia Rodrigues - O senhor não sabia que ele era um torturador?

Frei Yves - Escuta aqui. No Araguaia, por exemplo. O soldado que foi mandado para lá, para restabelecer a ordem. Se matou alguém, ele era um torturador?


Lúcia Rodrigues - O delegado Fleury é um torturador. Existem pessoas que foram torturadas por ele e outras que viram companheiros sendo assassinados no pau-de-arara, inclusive.

Frei Yves - Então precisa de mais reza ainda. Precisa mais de reza do que outros.


Lúcia Rodrigues - Mas o senhor sabia que ele era um torturador?

Frei Yves - Eu sabia o que todo mundo sabe. Agora se vocês falam que ele era um torturador... Eu não sei. Eu não lembro, eu estava no Mato Grosso.


Lúcia Rodrigues - A morte dele saiu na TV.

Frei Yves - Mas você pensa que em Mato Grosso tinha TV?


Lúcia Rodrigues - Mas o senhor já estava em São Paulo.

Frei Yves - Eu sou muito amigo do Dom Paulo [Evaristo Arns]. Li todos os livros dele.


Lúcia Rodrigues - O Dom Paulo diz que ele é um torturador.

Tatiana Merlino - Então o senhor leu o Brasil Nunca Mais?

Yves Terral - Mas isso não tira o direito dele ter uma missa.  Não pode ser negado esse direito.


Lúcia Rodrigues - O que nós estamos dizendo é da sua simpatia e da forma que foi colocado. O que surpreendeu foi o senhor ter rezado não por ele, mas em nome dele.

Yves Terral - Eu faço isso em todas as missas. Praticamente faço isso em todas as missas.

(fonte: Revista Caros Amigos)