domingo, 30 de agosto de 2009

Entidades reagem a afirmação de secretário de que a Polícia Civil de SP está em letargia

AFONSO BENITES
da Folha de S.Paulo

Representantes de dez entidades de policiais civis de São Paulo refutaram as declarações do secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, que disse que a Polícia Civil encontra-se em uma situação de "absoluta inépcia e letargia".

A afirmação do secretário foi feita na quarta-feira (26) em um debate sobre segurança pública na Federação de Comércio, que tinha como plateia majoritária policiais militares e cadetes.

Presidentes e secretários de dez sindicatos e associações de classe enviaram uma nota à Folhana qual dizem que a afirmação de Ferreira Pinto é "improcedente e ofende a dignidade de toda a instituição policial civil". O secretário foi procurado na noite de ontem para falar sobre as críticas, mas não foi encontrado.

No cargo há cinco meses, Ferreira Pinto iniciou reformulações na corporação, trocou diretorias e reduziu efetivos de alguns grupos especiais, como o Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) e o GOE (Grupo de Operações Especiais).

Para as entidades, as ações que estão surtindo resultado são de autoria do delegado-geral, Domingos Paulo Neto, e não do secretário. "Ele não pode ignorar o esforço que o atual delegado-geral vem desenvolvendo e que já demonstra visíveis resultados na apuração dos delitos ocorridos", dizem.

"Se estamos em letargia, a responsabilidade é toda dele, que é o chefe das polícias", disse o presidente do Sindicato dos Delegados, José Martins Leal.

O presidente da Associação dos Delegados, Sérgio Roque, disse que se a polícia é inepta isso se deve aos seguidos secretários da Segurança Pública. "A polícia é o espelho do governo".

As entidades criticaram também o artigo do professor da UFMG Claudio Beato publicado ontem na Folha no qual ele diz, entre outros argumentos, que "o maior problema, sem dúvida, é a duplicidade organizacional das polícias".

Para o professor Beato, "é possível pensarmos em atividades policiais repressivas que tenham funções preventivas, da mesma forma como podemos conceber atividades de prevenção calcadas em repressão qualificada".


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Efetivamente, mandar uma nota ao mesmo jornal repudiando as declarações do secretário não foi a melhor forma de demonstar o descontenteamento das entidades representativas dos policiais civis.


Há tanto tempo balançando a cabeça positivamente a todos os desmandos e injustiças não tem nossos representantes uma ação efetiva para casos como este ?

As declarações do secretário repercutiram mais que anota de repúdio.

Vamos, senhores dirigentes:

pensem em alguma coisa ...

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