quinta-feira, 13 de novembro de 2008


PARANÓIA E

ESQUIZOFRÊNIA

A paranóia é dos subtipos de esquizofrenia o mais nitidamente diferenciado e o de carácter menos variável. O seu início é normalmente insidioso e ocorre frequentemente depois dos 30 anos. É caracterizada pelo desenvolvimento de ilusões claramente formuladas, persistentes, a maior parte das vezes de conteúdo persecutório. As ilusões são muitas vezes dispersas, mas inter-relacionadas. Por vezes, contudo, ocorrem só ilusões "encapsuladas", que parece não afectarem o resto da ideação do indivíduo. As ilusões de grandeza ocorrem com frequência, interligando-se com os sentimentos de perseguição, através de um sentimento de que o status do indivíduo é ignorado ou invejado, com resultante desconsideração e animosidade. Podem ocorrer alucinações que partilham e difundem o conteúdo das ilusões. Tanto a emoção como o comportamento podem ser afectados pelas ilusões, mostrando depressão, cólera, ressentimento, resignação ou apatia. Actos anti-sociais sérios são raramente resultado do influir sobre as convicções ilusórias; estes actos são, frequentemente, apenas um aborrecimento (queixa à polícia, escrever aos ministros ou a outras pessoas importantes), ou então o indivíduo parece excêntrico. Pode acontecer que o estado diminua de intensidade, mas pelo menos em metade dos casos permanece a convicção ilusória, comportamento extravagante ou inaptidão social. O prognóstico e o tratamento são semelhantes aos de outras formas de esquizofrenia.

ESTADOS PARANÓICOS

Kraepelin (1856-1926, pai da nosologia psiquiátrica moderna) descreveu a paranóia como o desenvolvimento de ilusões sistematizadas permanentes, principalmente de perseguição, no quadro de um pensamento e consciência não perturbados. O termo "estados paranóicos" abarca os estados em que ocorre o complexo de sintomas da paranóia; caracteristicamente, paranóia, parafrenia e esquizofrenia paranóica. Em todos eles, a suspeita e o ressentimento resultam da convicção de que o meio está modificado: questões inocentes são tomadas como ataque directo ao doente que julga não ser apreciado no seu devido valor. Aliadas a este último sentimento vêm as ilusões de grandeza. (...)

Leigh, Denis et allia, Enciclopédia Concisa de Psiquiatria

Artigo retirado daqui

Nenhum comentário: