sábado, 17 de janeiro de 2009

Gárgulas


Crê-se que as chamadas gárgulas,começaram por ser aplicadas para embelezar os orifícios por onde as águas escorriam dos telhados para o chão.Sabe-se que já em algumas edificações gregas, ao longo dos rebordos dos telhados inclinados, nas extremidades destes e, eventualmente, também ao longo das paredes, existiam pequenas caleiras para recolha da água das chuvas, que era canalizada para orifícios por onde se escoava. Nalguns casos, a água era conduzida para baixo por uma conduta, cuja extremidade inferior encaixava por detrás da escultura de uma cabeça de leão, através de cuja boca jorrava para longe (uma vez mais a figura do leão surge como protetora não só contra os inimigos terrenos, como contra espíritos malignos). Mas seria sobretudo na época medieval, nomeadamente no período entre os séculos XII e XV, quando da construção das grandes catedrais góticas, que as gárgulas viriam a popularizar-se na Europa Ocidental, muito especialmente na França e em menor escala, noutros países.


Tal como sucedia nas construções gregas, um dos motivos mais correntemente apontados para a utilização das gárgulas refere a necessidade, em termos de conservação das obras arquitetonicas, de fazer com que a água das chuvas que se abatiam sobre os edifícios fosse captada após escorrer pelas paredes, conduzida por caleiras que separavam essas escorrências em várias direções, e levando a que fossem projetadas para longe das paredes e fundações no exterior das construções, evitando assim que se infiltrassem no solo junto aos alicerces, onde acabariam por dissolver as argamassas e arruinar as alvenarias, ou que desgastassem as pedras exteriores, fazendo perigar a estabilidade da construção.





Para que essas tão necessárias goteiras, no fundo protuberâncias inestéticas que se destacavam visivelmente nas esquinas, não destoassem no conjunto harmónico de toda a edificação, teria então surgido a hipótese de as ornamentar com esculturas. Porém, pelo menos de início, isso só acontecia nos edifícios de maior porte ou nas construções pertencentes aos mais abastados, já que se tratava de um tipo de trabalho bastante caro para a época – à semelhança do que ocorria com outras figuras no interior dos templos, também as gárgulas eram ricamente pintadas e algumas chegavam a receber ornamentos dourados.


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