da Folha de S.Paulo
Representantes de dez entidades de policiais civis de São Paulo refutaram as declarações do secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, que disse que a Polícia Civil encontra-se em uma situação de "absoluta inépcia e letargia".
A afirmação do secretário foi feita na quarta-feira (26) em um debate sobre segurança pública na Federação de Comércio, que tinha como plateia majoritária policiais militares e cadetes.
Presidentes e secretários de dez sindicatos e associações de classe enviaram uma nota à Folhana qual dizem que a afirmação de Ferreira Pinto é "improcedente e ofende a dignidade de toda a instituição policial civil". O secretário foi procurado na noite de ontem para falar sobre as críticas, mas não foi encontrado.
No cargo há cinco meses, Ferreira Pinto iniciou reformulações na corporação, trocou diretorias e reduziu efetivos de alguns grupos especiais, como o Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) e o GOE (Grupo de Operações Especiais).
Para as entidades, as ações que estão surtindo resultado são de autoria do delegado-geral, Domingos Paulo Neto, e não do secretário. "Ele não pode ignorar o esforço que o atual delegado-geral vem desenvolvendo e que já demonstra visíveis resultados na apuração dos delitos ocorridos", dizem.
"Se estamos em letargia, a responsabilidade é toda dele, que é o chefe das polícias", disse o presidente do Sindicato dos Delegados, José Martins Leal.
O presidente da Associação dos Delegados, Sérgio Roque, disse que se a polícia é inepta isso se deve aos seguidos secretários da Segurança Pública. "A polícia é o espelho do governo".
As entidades criticaram também o artigo do professor da UFMG Claudio Beato publicado ontem na Folha no qual ele diz, entre outros argumentos, que "o maior problema, sem dúvida, é a duplicidade organizacional das polícias".
Para o professor Beato, "é possível pensarmos em atividades policiais repressivas que tenham funções preventivas, da mesma forma como podemos conceber atividades de prevenção calcadas em repressão qualificada".
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Efetivamente, mandar uma nota ao mesmo jornal repudiando as declarações do secretário não foi a melhor forma de demonstar o descontenteamento das entidades representativas dos policiais civis.
Há tanto tempo balançando a cabeça positivamente a todos os desmandos e injustiças não tem nossos representantes uma ação efetiva para casos como este ?
As declarações do secretário repercutiram mais que anota de repúdio.
Vamos, senhores dirigentes:
pensem em alguma coisa ...
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