quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ERROS E NÁUFRAGOS

          O PSDB literalmente naufragou! Só não foi pior por que o desastre nacional foi compensado pelo relativo sucesso nos Estados. Dois Estados de grande importância e verdadeiras vitrines nacionais foram conquistados pelos tucanos. Outros de menor expressão econômica, mas com peso político considerável. Foram oito governadores eleitos, se não me falha a memória. E qual seria o peso dessa tropa de choque?

          Qual o poder de fogo dos governadores? Os ligados ao governo estarão em cômoda posição. Ao menos teoricamente não precisarão implorar verbas federais e inclusão nos programas desenvolvidos pela União. Também teoricamente, deverão ser favorecidos na distribuição das demais benesses de que dispõe o governo federal. Quanto aos governadores de oposição, será que terão mesmo vontade política de fazer oposição em detrimento de seus Estados.

          Fato recente, a construção do Rodoanel envolveu o governo de São Paulo e o governo federal numa disputa pela paternidade da obra. Ganhou o governo do Estado. Serra e Alckmin amealharam mais dividendos políticos com a obra. Mas, será que o governo federal não aprendeu a lição?

          Serra , segundo o próprio Serra, não perdeu. Apenas deixou de ganhar. E não disse adeus. Foi um até breve. Se o Aécio deixar, é claro. Mas, deveria admitir seus próprios erros – muito além de desastrosos conselhos e orientações de marqueteiros de campanha. Se nem Serra e nem o PSDB admitirem seus próprios erros, vão estar sujeitos a novos naufrágios, pelo menos nas eleições presidenciais.

         E quais seriam esses erros?

          O primeiro e mais importante deles é achar que todos que votam no PT o fazem por ignorância, por vingança ou por um prato de comida. Subestimam o adversário e menosprezam pessoas.

          A seguir, pagar mal o funcionalismo público. Façam as contas. Os funcionários, seus familiares, parentes e conhecidos. Todos são influenciados na hora do voto. Perdem milhões de votos com isso. Outras vez subestimam e menosprezam. Subestimam a capacidade de retaliação. Ou de reação. Ou pior. Acreditam que os funcionários são pessoas tacanhas que são facilmente compradas com promessas.

          Segue errando quem desconsidera e menospreza a capacidade de reação das pessoas envolvidas em mudanças. Ou em planejamentos mirabolantes que não passam de engodo ilusório para delongas.

          Alckmin deveria pensar nisso. Principalmente se deseja voos mais altos. Sua eleição em São Paulo mostrou que não se pode desprezar votos. Venham de onde vierem. E que cada vez menos se ilude o funcionalismo com promessas. Ainda bem.

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