sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

FORÇAS POLÍTICAS E DEVANEIOS



http://blig.ig.com.br/cidadao_sos/2009/01/19/pt-psdb-pmdb-e-dem-%e2%80%93-devaneios-sobre-as-forcas-politicas/
Quando eu comecei a me entender por gente (Que utopia!) o país estava em franca redemocratização. Meu avô paterno me ensinava que o PFL era a gente ruim de uma tal Arena e que o futuro seria melhor com o povo do MDB, agora convertido em PMDB. Então, o PMDB ganhou de ponta-a-ponta, no estado de meu Avô o insosso ex-ministro da defesa Waldir Pires, cujo Jingle eu guardo até hoje e era mais ou menos assim:
Eu quero ver um tempo novo
De crescer e produzir
A Bahia vai mudar trabalhando com Waldir.
Eu ficava fascinado com a expectativa de ver a Bahia mudar, pensava até em ver neve na próxima visita ao meu avô.
Em São Paulo Orestes Quércia era o homem mas nem me lembro se tinha jingle (Os marqueteiros bahianos sempre foram melhores??)
Então, foi tudo uma porcaria e eu aprendi na escola (malditos ativistas da UNE/UBES) que proletário tem que ser esquerdista engajado, se precisar até deve pegar em armas e a esperança para o povo era o PT e seus penduricalhos comunistas. Eu achava que o Lula não era letrado mas mandaria em uma porção de gente sabida, os chamados intelectuais do PT.
Bem antes do “felomenal” apogeu petista no planalto central eu respirava aliviado por entender que os vermelhos eram bons somente para fiscalizar.
Influenciado por gente que era bem sucedida na vida comecei a simpatizar então com o novíssimo PSDB, de centro-esquerda, moderado e com as melhores cabeças da política brasileira.
Demorei para assimilar o golpe, mas a duras penas entendi que a política neoliberal, grosso modo se resume a isto: Vamos deixar os ricos muito mais ricos e assim, quem sabe, sobra um pouco para os pobres. Sempre que algo ficar insustentável para a sociedade nós fazemos uma concessão, agora se algo ficar insustentável para o mercado, então o povo faz uma concessão ao mercado. Evidentemente não pode dar certo, já que os poucos que compõem o mercado podem até fazer concessões vultosas, mas elas sempre se diluirão na partilha com os muitos do povo e os “pedágios no caminho” mas se o mercado precisar de concessões vultosas um tostão a menos no bolso de cada pobre cobre a soma e ainda sobra.
Assim, a cada crise do mercado o povo fica um pouco mais pobre e a cada boom do mercado, este fica mais rico deixando o povo na mesma situação, exceto se a situação ficar insustentável. Pobre só precisa ter o suficiente para consumir sem inadimplência.
Me intrigava também que o PSDB se aliasse aos do PFL e aceitasse os do PMDB, sendo que o partido era uma espécie de Eva do PMDB justamente por entender que este não era bom.
Hoje o PMDB é o partido do governo, seja lá qual governo for, talvez se o povo brasileiro colocasse no planalto um político oriundo do talebã o PMDB embarcasse nele.
O PSDB é o partido da retórica política quando está no governo e uma agremiação de bocha quando está na oposição, já que imagina que mais cedo ou mais tarde, voltará a ser situação. Não costuma abrigar corruptos burros, do tipo que é pego com a boca na botija, mas pior que a corrupção explicita e escancarada do PT é privilegiar sempre o mercado: se o interesse deste for contrario ao do povo, o povo que os desculpe. Capital afinal, costuma ter lastro conversível em espécie, o que pode ser sempre bom ou nescessario. O lema oculto do partido parece ter sido cunhado por Chico Anysio: Pobre tem que comer cabeça de cascavel e colocar o rabo no “quinto dos infernos”.
Com o PT eu aprendi que retórica política é a arma da situação, quem tem ideologia é a oposição.
Vejo o Lula como um cara inteligente que se escolhesse qualquer tipo de atividade chegaria ao topo, excetuando-se a cultura. Tem sua consciência e seus escrúpulos no estomago, sou honesto mas se for ficar com fome, então não tem problema se eu roubar um pouco ou se este cara pode me bater e me machucar é melhor eu fazer algo para contentá-lo ao menos até que eu possa torcer o pescoço dele.
Constatei também que bom fiscal só pode ser quem tem interesse em ocupar o posto a ser fiscalizado.
Temos então o repugnante PFL, hoje Dem (ou demos para os mais espirituosos) que meu avô me ensinou ser uma lástima. Publicamente conservador, covil de raposas e coronéis, explicitamente de direita. Não pode mesmo fazer um bom governo em lugar algum.
Tenho restrições severas ao modo Dem de fazer política e dificilmente voto em candidato deste partido, mas – até por não ter alcançado o governo central – é o único partido grande que mantém a coerência ideológica (ainda que seja deplorável) na oposição ou na situação.
Os demais partidos penso que sejam apenas despesas com dinheiro público e números nas contagens de votos necessários para lesar o povo de alguma forma em troca de benesses. Se você tiver dinheiro suficiente e quiser montar a bancada dos OVNI`s será bem sucedido.

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