da Folha Online 15/09/2008 - 16h39
A Alstom é suspeita de pagar propina a tucanos para obter vantagens em contratos. Tucanos e a empresa negam. Procurada pela reportagem, a empresa ainda não se posicionou sobre a iniciativa da Promotoria.
A decisão é da promotora Andréa Chiaratti Pinto, que determinou a instauração de inquérito civil para apurar suposto ato de improbidade administrativa dos responsáveis pela assinatura dos aditamentos do contrato assinado em 1994.
Segundo a representação, o contrato foi firmado pela reforma do Centro de Controle Operação do Metrô e não estipulava prazo de seu término e que o valor "estimado" não era definitivo. Para o PT, isso contraria a Lei de Licitações. Além disso, o contrato teve 12 aditamentos.
Pouco mais de um mês depois, o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr., afirmou que as provas que a Suíça e a França colheram contra a Alstom, sobre o eventual pagamento de propina a políticos brasileiros, podem ser anuladas no Brasil se não forem cumpridas as regras estabelecidas em acordos internacionais, informa nesta terça-feira reportagem de Mario Cesar Carvalho e José Ernesto Credendio, publicada pela Folha (a íntegra está disponível apenas para assinantes do jornal e do UOL).
A Folha revelou no domingo que o procurador Rodrigo de Grandis e o promotor Silvio Marques estiveram em Paris no meio do ano e mantiveram reuniões sigilosas com promotores suíços e franceses que investigam a Alstom por suspeita de pagamento de propina a políticos do Brasil, Venezuela, Indonésia e Cingapura.
"A investigação da Alstom pode ser anulada. Os acordos internacionais determinam que as provas têm de passar pela autoridade central brasileira. Promotor não pode trazer provas debaixo do braço", afirmou o secretário.
Segundo o jornal "The Wall Street Journal", a Alstom francesa pagou US$ 6,8 milhões (R$ 15,9 milhões pelo câmbio atual) para obter obras de US$ 45 milhões (R$ 104,94 milhões) do Metrô de São Paulo e da Eletropaulo.
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