sábado, 8 de novembro de 2008
QUALQUER SEMELHANÇA SERÁ COINCIDÊNCIA ???
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Em tom conversativo e provocador, Erasmo de Rotterdam ? como ficou conhecido o filósofo humanista que viveu nos séculos XV e XVI ? cria um personagem muito conhecido, porém pouco discutido: a loucura. Indignada com a abstenção de elogios a seu respeito, a loucura resolve, por fim, elogiar a si própria e mostrar o quão presente está na vida da sociedade. Versando sobre os mínimos detalhes das ações humanas, ela mostra que está mais presente do que se imagina e revela-se de tal forma necessária e sedutora que acaba por atrair até a simpatia do leitor.
A loucura se diz habitar o casamento, os filósofos, a ciência, as artes, a religião. Em atitude ousada, diz-se, inclusive, regente de governos, da formação de cidades, das relações humanas, do senso comum. Afirma que boa parte da sociedade tal como ela existe em seu tempo se deve à presença da loucura. Os juristas, ao criar centenas de leis sem se preocupar com a relação que existiria ou não entre elas, estão embebidos na loucura. O aspecto encantador das crianças, que retarda todos a sua volta; a busca do jovem pelos prazeres da vida; a busca incessante por verdades e o complexo de sábio dos filósofos; as tentativas ridículas das mulheres para atrair os homens; a ignorância; a esperança, enfim, tudo isso existe graças a ela ? a nada modesta loucura.
Teólogo e cristão, Erasmo ainda assim critica a religião, em especial a católica. Coloca a loucura como regente também desse meio. A aponta como fator explicativo para as guerras em que a igreja se envolve, os impostos que cobra aos fiéis para que suas almas não sejam condenadas, o apego material dos bispos. Para tanto, busca respaldo em frases de importantes personagens religiosos para comprovar que a loucura era aceita como normal por Cristo e por religiosos.
Suas críticas à igreja católica tiveram tamanho impacto em sua época, que levaram Lutero a convidar Erasmo a unir-se a ele no emergente protestantismo, convite esse que foi negado. Erasmo preferiu continuar em sua posição religiosa, criticando-a por dentro.
Apesar do vácuo temporal que nos separa de sua escritura, Elogio da Loucura consegue manter-se igualmente relevante, denunciador e provocante na atualidade, mostrando consistência em suas idéias e estrutura. O leitor tem, assim, a oportunidade de mergulhar na história e transitar, simultaneamente, na realidade de Erasmo e na própria em que vive. Eis a riqueza da obra.
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Em tom conversativo e provocador, Erasmo de Rotterdam ? como ficou conhecido o filósofo humanista que viveu nos séculos XV e XVI ? cria um personagem muito conhecido, porém pouco discutido: a loucura. Indignada com a abstenção de elogios a seu respeito, a loucura resolve, por fim, elogiar a si própria e mostrar o quão presente está na vida da sociedade. Versando sobre os mínimos detalhes das ações humanas, ela mostra que está mais presente do que se imagina e revela-se de tal forma necessária e sedutora que acaba por atrair até a simpatia do leitor.
A loucura se diz habitar o casamento, os filósofos, a ciência, as artes, a religião. Em atitude ousada, diz-se, inclusive, regente de governos, da formação de cidades, das relações humanas, do senso comum. Afirma que boa parte da sociedade tal como ela existe em seu tempo se deve à presença da loucura. Os juristas, ao criar centenas de leis sem se preocupar com a relação que existiria ou não entre elas, estão embebidos na loucura. O aspecto encantador das crianças, que retarda todos a sua volta; a busca do jovem pelos prazeres da vida; a busca incessante por verdades e o complexo de sábio dos filósofos; as tentativas ridículas das mulheres para atrair os homens; a ignorância; a esperança, enfim, tudo isso existe graças a ela ? a nada modesta loucura.
Teólogo e cristão, Erasmo ainda assim critica a religião, em especial a católica. Coloca a loucura como regente também desse meio. A aponta como fator explicativo para as guerras em que a igreja se envolve, os impostos que cobra aos fiéis para que suas almas não sejam condenadas, o apego material dos bispos. Para tanto, busca respaldo em frases de importantes personagens religiosos para comprovar que a loucura era aceita como normal por Cristo e por religiosos.
Suas críticas à igreja católica tiveram tamanho impacto em sua época, que levaram Lutero a convidar Erasmo a unir-se a ele no emergente protestantismo, convite esse que foi negado. Erasmo preferiu continuar em sua posição religiosa, criticando-a por dentro.
Apesar do vácuo temporal que nos separa de sua escritura, Elogio da Loucura consegue manter-se igualmente relevante, denunciador e provocante na atualidade, mostrando consistência em suas idéias e estrutura. O leitor tem, assim, a oportunidade de mergulhar na história e transitar, simultaneamente, na realidade de Erasmo e na própria em que vive. Eis a riqueza da obra.
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Um comentário:
Cada louco com sua mania.
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