quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

OLHA ! OLHA ! OLHA ! MEIA BOA ! CAMISETA E CALÇÃO ! PASTA E SABONETE !!!


Sub-emprego publico – Quer ganhar dinheiro? vire camelô!

Uma nova categoria de sub-emprego está se consolidando em São Paulo. Trata-se das vagas oferecidas pelo governo do estado, cujos salários beiram ao ridículo. No ultimo final de semana, mais de 300 mil pessoas disputaram uma vaga para agente de organização escolar, cujo salário é pouco mais de 600 reais.

Foi-se o tempo em que o estado oferecia salários e benefícios dignos de forma a atrair as melhores cabeças do mercado. No banco nacional de empregos, encontra-se facilmente vagas com salários próximos ao oferecido pelo governo do estado, que estão postadas desde dezembro de 2.008. Ou seja, na iniciativa privada, onde não se exige prova e as vezes nem mesmo experiência anterior, este salário não tem atraído muita gente.
O que pode se concluir é que boa parte destes candidatos são de pessoas desqualificadas, com idade mais avançada (para o mercado de trabalho) ou iniciando sua carreira profissional, já que é impossível sustentar uma família com um salário destes em São Paulo, onde moradores de rua que pegam latinha e papelão ou guardam carros declaram renda de R$:30,00 por dia. E alguém que tenha condições de conseguir um emprego minimamente estruturado jamais se sujeitaria a um salário humilhante como este.
É interessante analisar que os onze mil aprovados trabalharão no atendimento escolar, dando suporte a área pedagógica e a secretaria da escola. Sendo pessoas que não conseguem colocações como aux. de lanchonete cujos salários giram em torno de R$ 700,00 é de se esperar que o serviço desenvolvido por alguns deles não serão a altura que a escola publica (que teoricamente prepara nossas crianças) precisa oferecer. Os mais dedicados certamente ficarão desmotivados bem rapidamente já que com os descontos o salário deve cair para menos de 500 reais e tendem assim a buscar uma colocação melhor ou uma segunda atividade, onde certamente deverá se dedicar mais que na escola onde presta serviço.
Amanhã não faltarão críticos ao absenteísmo do funcionalismo da educação ou da qualidade do serviço prestado pela escola publica. Se estes funcionários ao menos comparecerem ao trabalho já acho que seja um feito digno de receber o salário. Não espero sequer um memorando digitado dentro da norma culta ou um atendimento decente à população e ao corpo docente.
Sempre se pode alegar que sujeita-se ao salário quem quer e que uma vez que tenha aceitado trabalhar por este salário, deve fazê-lo de forma satisfatória e digna. Isto se aplicaria talvez a eventuais candidatos que escolheram tal carreira e julgam ser este um bom pagamento por sua força de trabalho. O problema é com os que sujeitam-se a este trabalho por absoluta falta de preparo e condições para conseguir alternativa.
Um velho ditado me faz pensar no ambiente nas secretarias das escolas publicas de São Paulo: “Em casa que falta pão todo mundo fala e ninguém tem razão”, aliás o governador deve gostar tanto de pobre que está garantindo a imobilidade social de mais onze mil.

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